Não se preocupe com a perfeição
“Não se preocupe com a perfeição. Substitua a palavra “perfeição” por “totalidade”. Não pense em termos de ter que ser perfeito, pense em termos de ter de ser inteiro. A totalidade vai lhe dar uma dimensão diferente. Esse é o meu ensinamento: o homem deve ser inteiro, deve esquecer sobre ser perfeito. O que quer que esteja fazendo, deve fazê-lo em sua totalidade, não perfeitamente, mas totalmente. E qual é a diferença? Quando uma pessoa fica com raiva, o perfeccionista dirá: “Isso não é bom, não fique com raiva, um homem perfeito nunca fica com raiva.” Isso é simplesmente absurdo, porque todos sabem que Jesus ficava irritado. Ele ficava com raiva da religião tradicional, dos sacerdotes, dos rabinos. Ele ficava com tanta raiva que, sozinho, enxotava todos os cobradores de impostos do templo, com um chicote na mão.
Lembre-se, o perfeccionista vai dizer: “Não fique com raiva.” Então o que a pessoa vai fazer? Vai reprimir sua raiva, vai engoli-la, e isso se tornará uma espécie de envenenamento em seu ser. A pessoa pode reprimir a raiva, mas depois ela vai se transformar em uma pessoa irritadiça, e isso é ruim. A raiva como um surto de vez em quando tem sua própria função, tem sua própria beleza, tem sua própria humanidade. Um homem que não é capaz de ter raiva vai ser covarde, não vai ter coragem. Um homem que não consegue ficar com raiva também não será capaz de amar, pois ambos precisam de paixão, e é a mesma paixão. Um homem que não pode odiar não será capaz de amar, pois eles caminham juntos. Seu amor será frio. E lembre-se: um ódio quente é muito melhor do que um amor frio.
Sempre que a raiva é expressa, a pessoa se liberta dela. E, depois da raiva, ela pode sentir compaixão novamente, depois que a raiva e a tempestade tiverem ido embora ela poderá sentir o silêncio do amor de novo.”
O Livro do Ego – Liberte-se da ilusão (Osho)